Fraude, compliance e prazo curto: o impacto da nova resolução do Banco Central nos bancos brasileiros

Por Cristiano Cumino, gerente comercial da Interfile

Nos últimos anos, vimos o avanço das fraudes digitais ganhar velocidade e sofisticação. Para enfrentar esse cenário, o Banco Central publicou a Resolução nº 501/2025, que determina que bancos rejeitem pagamentos feitos para contas com suspeita de envolvimento em fraude. A medida entra em vigor em outubro deste ano e vale para qualquer meio de pagamento: PIX, TED, contas de depósito ou mesmo carteiras digitais. O prazo é curto e o desafio, enorme para os bancos.

As instituições terão que criar mecanismos capazes de identificar, em tempo real, se uma conta pode estar ligada a fraude. Isso significa cruzar informações de diversas bases de dados, públicas e privadas, e tomar decisões rápidas, sem prejudicar a experiência de quem usa o sistema. É uma pressão adicional para times de tecnologia, compliance e risco, que terão de rever processos que muitas vezes ainda são manuais ou descentralizados.

Não se adequar à norma pode trazer sérias consequências: desde penalidades do regulador até prejuízos de imagem e confiança junto aos clientes. E existe outro ponto delicado: os falsos positivos. Quando uma transação legítima é bloqueada por engano, o impacto na relação com o usuário pode ser grande.

Por outro lado, a resolução pode ser vista como uma oportunidade de acelerar transformações necessárias. Ao investir em automação, integração de dados e inteligência analítica, os bancos não só cumprem a regra, como fortalecem a segurança, reduzem custos com retrabalho e oferecem jornadas mais transparentes e confiáveis.

Soluções de automação, inteligência artificial para detecção de padrões suspeitos e portais digitais para comunicação clara com clientes já existem no mercado. O grande desafio agora é integrar essas tecnologias de forma ágil e eficiente, com colaboração entre áreas: risco, TI, jurídico e operação para garantir uma jornada fluída para clientes e usuários.

Essa resolução é mais um sinal de que o sistema financeiro vai continuar passando por mudanças regulatórias frequentes. Para os bancos, cada nova regra pode ser encarada como um fardo ou como uma oportunidade de gerar novos negócios.

O segredo está em unir compliance, tecnologia e experiência do cliente. Mas fazer isso em tão pouco tempo exige clareza de estratégia, velocidade de execução e, muitas vezes, contar com quem já tem experiência em transformar processos complexos em soluções simples e seguras.

No fim das contas, não é apenas cumprir um prazo e sim construir uma vantagem competitiva. Escolher o parceiro certo pode ser o passo que define quem apenas acompanha o mercado e quem assume a dianteira dessa transformação.

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